Revista Rua


Inovação nas práticas de promoção da saúde por meio da arte da palhaçaria: a dialogia do riso registrada em vídeo-documentários nas experiências de campo
Innovation on health promotion practices trough the art of the clown: dialogy of laugher recorded in video documentaries in field work

Marcus Vinicius Campos Matraca, Tania C. de Araújo-Jorge

A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.
 
A edição foi concluída no dia 5 de fevereiro 2007, somando 6 minutos de documentário.
 
Última Cena/Discussão
 
Os dois vídeos se caracterizam por apresentarem territórios distintos com problemáticas comuns nas ruas das cidades, como a dependência química, os moradores de rua, os profissionais do sexo, menores em situação de rua, os ambulantes, a polícia e os transeuntes. Uma cruel realidade que se multiplica a cada ano e necessita mais iniciativas como as apresentadas pelos nossos debatedores no filme “Matraca e o Povo Invisível”. Mário Quintana(2006) fala que “democracia é dar a todos o mesmo ponto de partida, ficando o ponto de chegada na dependência de cada um” (p.141). Fica clara a real necessidade de políticas públicas para quem delas de fato necessita, potencializando a inclusão e não a exclusão social como ponto de chegada para muitos atores sociais.
Os dados apresentados em ambos os documentários, apontam para a importância do enfrentamento dos processos de exclusão social, vivenciado na prática do Palhaço. Constatamos que à medida que nos abrimos para o diálogo com alegria podemos contribuir para a inclusão social, que será eficaz e terá sentido se respeitarmos os direitos do ser humano com políticas públicas solidárias. Para Caetano (2007):

todo ser humano deverá ter o direito à auto-aceitação, às relações sociais positivas, orientadas pelo respeito, qualificação e acolhimento, à autonomia, à determinação de sua própria vida e realizações, à auto-estima, à razão de viver e ao crescimento pessoal e social. São esses valores que devem orientar todos os libertários, cidadãos, defensores da vida e do sonho.
 
Vinicius de Moraes (1999) recitou “era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada” para seus habitantes. Atores Sociais excluídos de um processo que, para Escorel (1999) se caracteriza não só por uma privação material, mas pela ausência da qualidade de ser cidadão, de ser sujeito e de ser humano. Para muitos filhos da rua, ser cidadão se aproxima mais do aumentativo de cidade do que um direito cívico, onde adultos, adolescentes e crianças são esquecidos e marginalizados na gélida e