Revista Rua


O discurso no Twitter, efeitos de extermínio em rede
The discourse on Twitter, extermination effects in net

Vivian Lemes Moreira, Lucília Maria Sousa Romão

 
Introdução
 
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras.– Clarice Lispector[3]
Com o aumento da tecnologia a serviço da comunicação, o fácil acesso da sociedade a grandes quantidades de informação vem crescendo de forma incalculavél, e pode-se inferir que grande parte desse fácil acesso foi alavancado pelo surgimento e explosão da Internet. Segundo Wurman (1991, p.312): “A explosão da informação não ocorreu apenas devido a um volume maior de informação. Avanços na tecnologia de transmissão e de armazenamento também influem. Somos afetados tanto pelo fluxo quanto pela produção de informação”. Dessa forma, a Internet é o aparato das chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s), que obteve uma grande influência em relação ao fluxo e produção das informações. Falar sobre a rede eletrônica implica considerar as condições de produção de uma nova discursividade afetada e mediada pela tecnologia, sustentada por um imaginário de interação e acessibilidade infinita; calcada pela convergência das mídias e constituída pela voz do sujeito-navegador, entendido aqui como posição no discurso (PÊCHEUX, 1990).
A abertura aos processos de convergência midiática, de acordo Jenkins (2009), seguem além das trocas de informação e da interação entre os diferentes dispositivos midiáticos existentes e da então chamada “convergência” enunciada por muitos, sobre o fato de um celular e ou um computador poder agregar vários dispositivos tecnológicos e midiáticos. Um exemplo disso é o celular que agrega rádio, TV, câmera digital e player de músicas, e a Internet que disponibiliza videocasts e webrádios. Ainda segundo o autor, tal processo configura-se pela interação do sujeito com os diversos dispositivos tecnológicos e midiáticos; acrescentamos que temos, nessa convergência, o início da abertura para outras discursividades, permitindo, assim, a assunção de outra forma de subjetividade. Temos então:
 
[...] fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, á cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam. (JENKINS, 2009, p. 29).


[3] LISPECTOR, C. Perto do coração selvagem. São Paulo: Rocco, 1999.