Revista Rua


Do digital às digitais mo Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): (Re) Interpretações da História Política na cidade em movimento
From the digital to the fingerprints in the Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): the political History (re)interpretations in the city in movement

Angela de Aguiar Araújo e Luciana Leão Brasil

pedras ora são arranjados por desenhos circulares, ora desarranjados entre os círculos que nos colocam diante do Sitio de Memoria de Córdoba, antigo Centro Clandestino de Detenção.
O Sitio de Memoria de Córdoba nos permite pensar o quanto o espaço urbano se organiza de forma a fazer acontecer e comportar também um discurso mobilizado sobre a forma da arquitetura histórica que descreve uma periodização dos eventos do passado recente metaforizados em forma de instalações/intervenções artísticas. O Sítio de Memória acaba por propiciar ao transeunte não somente um contato com a história, mas um desdobramento da própria palavra sítio.  Os efeitos do vocábulo sítio abrigam muitas significações:
 
1. Chão, lugar ocupado por qualquer corpo. 2. Chão descoberto; terreno próprio para quaisquer construções. 3. Qualquer lugar; localidade, povoação, aldeia, local. 4. Habitação rústica com uma pequena granja; morada rural; quinta. 5. Lugar assinalado por acontecimento notável. [1]
 
Podemos pensar a partir dos verbetes 1 e 5 um efeito de justaposição para abrigar discursos que estão em disputa pelo urbano. Se por um lado o sítio permite a visibilidade de um acontecimento histórico importante enquanto narrativa do urbano, ao mesmo tempo permite divisar a possibilidade da inserção de discursos derivados da forma como as estratégias sobre as quais se ancoram o que está sendo dito pelo sítio, como, por exemplo, a instalação dos painéis também artísticos, são abordados.  Como por exemplo, também, o que a arte pode “dizer” sobre os painéis. Ao ser pensado o discurso da arte, não se pode afastar dessa compreensão o sítio enquanto visitação, enquanto lazer, enquanto uma forma de destacar o que acontece do lado de dentro e do lado de fora para quem caminha pela cidade.
Um conjunto aí se estabelece na dimensão cotidiana da cidade que circunscreve o que está sendo dito na narratividade funcionando como um percurso, tendo a cidade também como suporte do discurso. O centro da cidade, local em que o sítio está estabelecido, conjuga o lugar de comércio, de burocracia, de instituição, de turismo. O espaço aí funciona como mediador do que se narra para quem se narra os fatos da história. A narratividade aí se impõe como referência, pois diversas vezes em nossa estada em Córdoba, percebemos que as “huellas” são um modo de localizar


[2] Verbetes encontrados no dicionário on-line Michaelis