Revista Rua


Do digital às digitais mo Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): (Re) Interpretações da História Política na cidade em movimento
From the digital to the fingerprints in the Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): the political History (re)interpretations in the city in movement

Angela de Aguiar Araújo e Luciana Leão Brasil

O período de maior atividade repressiva ocorreu entre os anos 1974 e 1979, quando então o departamento esteve sob os cuidados do inspetor Ernesto Julio Ledesma (entre 1974 e 1975) e durante a derradeira ditadura militar (1976 – 1983), a cargo de Pedro Raul Telleldín (1975– 1977), que ocupou a chefia do departamento também entre 1979 e 1980 e Juan Fernando Esteban (1977– 1979).
A história argentina foi marcada pela perseguição política. A perseguição política já havia ocorrido em momentos anteriores, como em 1909, quando da Semana Roja, e em 1919, quando da Semana Trágica (1929-1921). No entanto, dos países do Cone Sul, é na Argentina que a atenção à violação dos direitos humanos e as tentativas de solução dos conflitos encontram-se mais avançadas.
O ano de 2006 foi conhecido pela aprovação, em 22 de março, da Lei 9.286, intitulada Lei da Memória (decreto regulamentado 873) quando então foram marcados os 30 anos da última ditadura militar argentina. Foi através dessa lei que o prédio, cujas instalações abrigaram o departamento de repressão política ao longo dos anos, cedeu lugar ao Museo de Sitio. Esse fato, conforme informações do folder institucional já citado, representou:

Un hecho histórico em el proceso de lucha de los organismos de Derechos Humanos. Lucha por la construcción de Memoria, Verdad Histórica, Justicia y Reparación Social ante las graves violaciones a los Derechos Humanos. (p. 4)
A lei 9.286 também instituiu uma Comissão Provincial da Memória. Essa comissão é formada por instituições e organizações, quais sejam: Abuelas de Plaza de Mayo; Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas; Hijos e Hijas por La Identidad y La justicia contra El Olvido y El Silencio; Asociación de Ex Presos Políticos; Servicio de Paz y Justicia; Universidad Nacional de Córdoba; Poder Executivo; Poder Legislativo e Poder Judicial.  Esses mecanismos são responsáveis pela organização de encontros mensais a fim de discutir os objetivos determinados pelas instituições.
Assim voltando ao fato de que o corpus em análise é fruto de algumas incursões na província de Córdoba, Argentina, inicia-se aí a nossa investigação, quando, a partir de um olhar estrangeiro, percebemos que na política (bem como no político que aí se configura pela divisão dos sentidos) do olhar, no deslizamento de algo que se dá ao/no sentido do digital à digital, o sentido “é também a janela de que se olha”, deflagrando o “corpo significativo” da “cidade em movimento”, ainda que a narrativa