Revista Rua


Do digital às digitais mo Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): (Re) Interpretações da História Política na cidade em movimento
From the digital to the fingerprints in the Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): the political History (re)interpretations in the city in movement

Angela de Aguiar Araújo e Luciana Leão Brasil

lugares na cidade e formam uma identidade visual. É um modo também de dar visão às modificações do espaço e do movimento da cidade, da cultura da cidade.
Uma narratividade que alinhava o caminhar do cidadão ao caminhar da história numa estratificação socioespacial, numa estratificação entre o público e o privado. A rua onde se localiza o Sitio de Memoria por um momento perde o sentido de passagem ao interpelar, inicialmente, o sujeito pelo discurso da arte, para depois convocar o sujeito a embarcar na problemática discutida pelo sítio. O espaço então ganha sentido de reivindicação.
Segundo Tessler (2000, p. 33), em a Instalação Enquanto Lugar e o Lugar do Espectador, “o que é nebuloso na vida torna-se matéria-prima para a arte”. O exercício do olhar em um princípio de leitura convoca o espectador num discurso das impressões sensoriais, da inquietação do olhar. Para Tessler uma instalação artística possibilita o encontro entre o verbo e o sujeito. O espaço urbano ordenado por nomes e ruas direciona sentidos, convidando para um percurso a ser traçado. O que o Sitio de Memoria faz é oportunizar flagrantes da vida e da história na criatividade da arte como potencializadora das impressões, das sensações, do que será visto dentro do Sitio de Memoria. A arte é uma mola propulsora, um dispositivo de interpelação ao conflito político tratado no sítio, um ponto de reflexão artístico-político.
Assim as digitais, enquanto instalações, permitem a obra de arte ir além do sentido de fruição, ampliando suas significações para a discussão de problemas sociais, modalizando assim o impacto a ser causado pelo que será visto dentro do museu: uma intervenção no espaço e na história. Tessler (2000, p. 34) então afirma que “estamos todos incluídos na obra, queiramos ou não, quando adentramos em seu espaço”. O estímulo da arte funciona como um mediador de uma reação esperada por parte do público que visita o Sitio de Memoria. Tessler afirma que a instalação não toma o espaço, mas o reconstrói criticamente. Percebemos ao olharmos a fotografia 1 que somente a partir do afastamento corporal e do olhar para o Sitio de Memoria que conseguimos captar que os escritos formam digitais. É reconstruída então uma série de nomes que foram partícipes fundamentais dos acontecimentos narrados pelo museu. Abre-se espaço, via discurso da arte, para um memorável que caracteriza um lugar histórico. Ao longe parece uma digital, de perto convoca o sujeito para a leitura da escrita, como nota-se na fotografia de número 2. Desta forma, Tessler nos diz que a instalação provoca um cruzamento entre a arte enquanto objeto e a arte enquanto processo. O espectador , então, é quem vai dar sentido ao que se passa.  Archer, tomado por Tessler (2000, p. 36), afirma que a significação: