Revista Rua


Do digital às digitais mo Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): (Re) Interpretações da História Política na cidade em movimento
From the digital to the fingerprints in the Sitio de Memoria (Córdoba, Argentina): the political History (re)interpretations in the city in movement

Angela de Aguiar Araújo e Luciana Leão Brasil

Gagnebin, em Lembrar Esquecer Escrever, a partir do estudo das obras de Paul Ricoeur, afirma que para o filósofo francês:
 
A história remodela a experiência do leitor por uma “reconstrução do passado baseada nos rastros por ele deixados”, a partir de uma ausência, portanto enquanto a ficção transforma a experiência temporal a partir de sua preciosa irrealidade. Se ambas podem usar estratégias narrativas semelhantes, mecanismos de configuração parecidos ou mesmo idênticos, o momento de refiguração do mundo do leitor difere, sobretudo, no que toca à sua experiência temporal. (Gagnebin, 2006, p. 173)
 
Pensamos o leitor aqui enquanto o sujeito que se depara com as cenas da narrativa urbana da cidade de Córdoba, interpelado a partir do artístico na narrativa histórica não oficial. Paul Ricoeur, ao abordar essa tipologia (narrativa ficcional, narrativa histórica, configuração, refiguração) tendo como objeto e análise obras literárias. Para este trabalho a refiguração, que opera como uma modificação da experiência vivida através da narração, é cara ao pensar o confronto do sujeito com os dizeres postos em funcionamento em relação a um museu de memória que também outrora era um centro de detenção clandestino, uma vez que este interpelado pelo duo arte/política produz efeitos no que Ricoeur chamou de identidade narrativa, ao propor que esta não poderia portar-se como resultante do cruzamento entre história e ficção.
Percebemos, pelas análises queuma narrativa que se dá pelo urbano no espaço da cidade descreve a produção de uma identidade dos pertencentes à Província de Córdoba e um movimento na identidade dos que por ali passam, remontando a história política do seu local de origem: uma outra narrativa se inscreve em um tempo e na ação, como um efeito de universalismo de valores e problemas sociais, como um movimento ao centro a partir do periférico.
 
Referências Bibliográficas
 
ARAUJO, A. 2011. CPLP e o acordo ortográfico: o político no lingu[ü]ístico. Ado[p]tando uma unidade pacífica da língua portuguesa para além da fronteira do nacional. In: Língua Portuguesa, descrição e ensino: diálogos – Anais do X Fórum de Estudos Linguísticos da UERJ (2009). Rio de Janeiro: Dialogarts, pp. 367-376.
 
ARAÚJO, A.; FERREIRA, C. 2012. Entre sem bater: onde mora a beleza? In: Anais do III Seminário Nacional Literatura e Cinema de Resistência e III Mostra Latino-Americana de Cinema de Resistência. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, pp. 70-83.