Revista Rua


Radiodifusão, produção fonográfica e espaço urbano: formação e adensamento do fenômeno esquizofônico em Campinas-SP (... 1990)
Radio, music production and urban space: formation and growing of the squizophonic phenomenal in Campinas-SP (... 1990)

Cristiano Nunes Alves

Com um investimento inicial de 100 mil dólares (MORAES, 2007), o CAVE produziu quase 2000 programas de rádio para emissoras de Campinas, de todo o estado de São Paulo e de outros lugares do Brasil até 1971, ano de seu fechamento. Observa-se que, desde a sua aurora, a produção fonográfica campineira mantém uma forte relação com o rádio, o que infere a intersecção entre os dois elementos inseridos no circuito sonoro.
            A pesquisa nos indicou que há uma tipologia para esse momento inicial do circuito fonográfico em Campinas. O estúdio Rolanton debutou com os trabalhos de gravação timidamente, com um sistema improvisado que, grosso modo, pode se relacionar com o oferecido por certos home-estúdios fixos, típicos do circuito de produção fonográfica recente.
            Por sua vez o estúdio de “Seo Henrique”, adotou uma estrutura capaz de realizar um maior número de funções e responder a uma demanda regional por fonogramas, desenvolvendo, devido a sua formação pessoal, trabalhos também de vídeo e de publicidade. O CAVE seria, talvez, o mais próximo do circuito superior, atendendo a demandas que perpassam a região de Campinas, e com uma estrutura de alto investimento.
            A demanda do CAVE foi decisiva para a instalação do estúdio Barthmanns que, somado ainda a Henrison, compôs o circuito fonográfico campineiro desde a década de 1950 até o final da década de 1960, quando um novo espessamento do circuito ocorre.
            A origem do estúdio Barthmanns em Campinas remonta ao estúdio GMC no município de Rio Claro, no ano de 1954. Tendo a sua frente Osvaldo Barthmanns (Conhecido por Barthmans Pai), o estúdio GMC realizava gravações de jingles como o da “Cachaça Três Fazendas” e a gravação de duplas sertanejas, já que não havia bandas na época. No ano de 1959, Osvaldo Barthmanns chega a Campinas para trabalhar no CAVE, e rápido instala seu próprio estúdio na Rua Miguel Penteado no Jardim Chapadão, local onde funciona até hoje. Em 1985, o estúdio Barthmanns passou para o comando de Barthmanns Filho, operando na parte de áudio e vídeo (32 mm, 16 mm); desde entãoa parte digital quebrou muita coisa.     Essa mesa veio da Inglaterra em 1992 e custou 25 mil dólares, hoje o diferencial está num simples softwarediz Barthmanns Filho*. O produtor pontua ainda no que o trabalho de outros tempos se difere do trabalho atual no estúdio:
No começo era mais jingles, chamadas para rádio e vinhetas o que tinha para gravar, discos eram esporádicos, principalmente sertanejos da região, (...) mas os famosos como Tonico e Tinoco eram da gravadora, porém,