Revista Rua


Família, educação e vulnerabilidade social: uma análise da Região Metropolitana de Campinas.
family, education and social vulnerability: the case of the Metropolitan Region of Campinas

Sergio Stoco

A população do município tem entre 20% e 30% de estudantes (em todos os níveis de ensino e idades), considerando a população de cada estrato, com uma tendência decrescente desta proporção das zonas mais vulneráveis para as zonas menos vulneráveis. Isto se explica, em parte, pela maior concentração de população infantil e jovem, nas zonas mais vulneráveis. Demonstrando, basicamente, que na RMC estudam crianças e jovens, o que preocupa, dado os baixos níveis de anos de estudos da população e as características do mercado de trabalho da região.
Entre a população estudante da RMC[5] 49% cursam o Ensino Fundamental regular, e estão dentro da faixa etária adequada (6 a 14 anos), 88% para este nível. A proporção de estudantes com adequação idade-nível para o Ensino Fundamental tem proporção crescente de 88% a 94% da ZV 1 até a ZV 4.
O Ensino Médio regular é cursado por 16,7% da população, e destes, 73,9% o fazem dentro da faixa dos 15 aos 17 anos. Para este nível a disparidade idade-nível por zona de vulnerabilidade é grande, mas os números são insuficientes para serem desagregados por condição de vulnerabilidade. Há ainda 14,8% de estudantes na Educação Infantil e 14,4% na Educação Superior.
Separando a população por zona de vulnerabilidade, a ZV 1 tem a menor proporção de pessoas com 11 anos ou mais de estudo, 24,6% das pessoas deste estrato, o que equivale a pessoas com no mínimo Ensino Médio completo. A proporção de pessoas com 11 anos ou mais de estudo vai aumentando, conforme a situação de vulnerabilidade, como demonstra a distribuição na ZV 2 (28,2%), ZV 3 (46,4%) e ZV 4 (55,2%).
Também na ZV 1 nota-se a maior proporção de pessoas com menos de 8 anos de estudo (em torno de 51,6% da população do estrato), o que equivale a pessoas que não completaram o Ensino Fundamental, e este percentual vai diminuindo até chegar às zonas de vulnerabilidade 3 e 4 (pouco mais de 30%). Porém, é preocupante que na RMC, em todas as zonas de vulnerabilidade, a proporção da população analfabeta é de 5,2%, sendo na ZV 1 (7,2%) da população do estrato, na zona de vulnerabilidade 2 (5,6%) e, na ZV 3 (4,7%) de analfabetos.


[5] Os dados da pesquisa domiciliar estão muito próximos do Censo Escolar do Inep (2007) para as informações da RMC. No censo das matriculas realizadas em 2007, 54% eram no Ensino Fundamental; 16% no Ensino Médio; 16% na Educação Infantil e 14% na Educação Superior.